Em 04 de junho de 1898 nasceu Virgulino Ferreira da Silva, na fazenda Ingazeira de propriedade de seus pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco, terceiro filho de José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes. Seus pais casaram no dia 13 de outubro de 1894, na Matriz do Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio, tendo seu primeiro filho em agosto de 1895, que chamaram Antônio em homenagem ao avô paterno. O segundo filho nasceu dia 07 de novembro de 1896, e foi chamado de Livino. Depois de Virgulino, o casal teve mais seis filhos, quase que ano a ano que foram: Virtuosa, João, Angélica, Maria (Mocinha), Ezequiel e Anália.
Quando menino viveu intensamente sua infância, na região que chamava carinhosamente de meu sertão sorridente! Bricava nos cerrados, montava animais, pescava e nadava nas águas do riacho, empinava papagaio, soltava pião e tudo o mais que fazia parte dos folguedos de seu tempo de menino.
A esperteza do menino o fez cair nas predileções de sua avó e madrinha que aos cinco anos o levou para a sua casa, a 150 metros da casa paterna.
À influência educativa dos pais, que nunca cessou, acrescentou-se a desta senhora - a "Mulher Rendeira" - a quem o menino admirava quando ela, com incrível rapidez das mãos, trocando e batendo os bilros na almofada e mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino lavor
Lampião costumava passar várias vezes pela fazenda dos pais de Maria, porque a mesma ficava na fronteira entre Bahia e Sergipe. Os pais de Maria Bonita, sentiam pelo Capitão uma mistura de respeito e admiração. A mãe contou a Lampião que sua filha era sua admiradora. Um dia, ao passar pela fazenda, Virgulino encontrou Maria e apaixonou-se à primeira vista. Dias depois quando o bando retirou-se, já contava com a presença dela ao lado de Lampião, com o consentimento de sua mãe.
Maria Bonita representava o típo físico da mulher sertaneja: baixa, cheinha, olhos e cabelos escuros, dentes bonitos, pele morena clara. Era uma mulher atraente.
A esperteza do menino o fez cair nas predileções de sua avó e madrinha que aos cinco anos o levou para a sua casa, a 150 metros da casa paterna.
À influência educativa dos pais, que nunca cessou, acrescentou-se a desta senhora - a "Mulher Rendeira" - a quem o menino admirava quando ela, com incrível rapidez das mãos, trocando e batendo os bilros na almofada e mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino lavor
No lugar onde nasceu não havia escola e as crianças aprendiam com os mestres-escola , que ensinavam mediante contrato e hospedagem, durante períodos de três a quatro meses nas fazendas.Seu aprendizado com foi os professores Justino Nenéu e Domingos Soriano Lopes.
Ainda menino já trabalhava, carrregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos animais da fazenda, pilando milho para fazer xerém e outras atividades compatíveis com sua idade. Mais tarde, jovem, robusto passou aos trabalhos de gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora, melancia, cuidava da criação de gado, e dos animais. Posteriormente tornou-se vaqueiro e feirante .
Ainda menino já trabalhava, carrregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos animais da fazenda, pilando milho para fazer xerém e outras atividades compatíveis com sua idade. Mais tarde, jovem, robusto passou aos trabalhos de gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora, melancia, cuidava da criação de gado, e dos animais. Posteriormente tornou-se vaqueiro e feirante .
"Olê mulher rendeira / Olê mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar." Esses versos, quando soavam no sertão nordestino dos anos 20 e 30, podiam ser prenúncio de muito sangue - ou de muita festa. Lampião e seu bando entravam nas vilas cantando. Se a população negasse o que queriam - dinheiro, comida, apoio -, eles revidavam.
Seqüestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam. Se fossem atendidos, organizavam bailes e davam esmolas. Por isso, quando ouvia Mulher Rendeira, que aliás é de autoria de Lampião, (inspirado em sua avó, que tricotava como ninguem), a gente sertaneja oscilava entre o pavor e a curiosidade. Ou fugia ou ia espiar pelas frestas, para ver aquele cuja fama já fascinava o país.
Apesar de terem sido cenários de barbaridades praticadas por Lampião, duas cidades nordestinas querem erguer estátuas em sua homenagem. E a população aprova. A imagem de herói supera a de facínora.
Aparentemente, Lampião foi o primeiro a arranjar uma companheira. Maria Déia, que ficou conhecida posteriormente como Maria Bonita, foi a companheira de Virgulino até a morte de ambos. Maria Bonita chamava-se Dona Maria Neném, e era casada com José Nenem. Foi criada na pequena fazenda, de propriedade de seu pai, em Jeremoabo/Bahia e vivia em companhia do marido na cidadezinha de Santa Brígida. Maria não tinha bom relacionamento com o marido.Seqüestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam. Se fossem atendidos, organizavam bailes e davam esmolas. Por isso, quando ouvia Mulher Rendeira, que aliás é de autoria de Lampião, (inspirado em sua avó, que tricotava como ninguem), a gente sertaneja oscilava entre o pavor e a curiosidade. Ou fugia ou ia espiar pelas frestas, para ver aquele cuja fama já fascinava o país.
Apesar de terem sido cenários de barbaridades praticadas por Lampião, duas cidades nordestinas querem erguer estátuas em sua homenagem. E a população aprova. A imagem de herói supera a de facínora.
Lampião costumava passar várias vezes pela fazenda dos pais de Maria, porque a mesma ficava na fronteira entre Bahia e Sergipe. Os pais de Maria Bonita, sentiam pelo Capitão uma mistura de respeito e admiração. A mãe contou a Lampião que sua filha era sua admiradora. Um dia, ao passar pela fazenda, Virgulino encontrou Maria e apaixonou-se à primeira vista. Dias depois quando o bando retirou-se, já contava com a presença dela ao lado de Lampião, com o consentimento de sua mãe.
Maria Bonita representava o típo físico da mulher sertaneja: baixa, cheinha, olhos e cabelos escuros, dentes bonitos, pele morena clara. Era uma mulher atraente.
Quando Maria bonita conheceu Lampião, deu uma olhada de cima em baixo e disse: É com esse que eu vou!
Maria Bonita
....................................Expedita a filha de Lampião com Maria Bonita
.........................................................João Ferreira da Silva, filho de Lampíão.
........................................ Vera Lucia a neta de Lampião adulta ao lado de pai e da mãe Espedita
Corisco foi companheiro de Lampião por muito tempo. Separou-se de Lampião para formar seu bando. Dizia para Lampião que seu bando jamais importunaria o seu, se preciso fosse lutaria ao lado de seu bando. Uma semana depois do massacre do bando de Lampião, Corisco (o diabo loiro) desfechou ataques fulminantes sobre cidades a margem do Rio São Francisco como vingança da morte de seu amigo. Jurou matar todas as pessoas de sobrenome Bezerra. Enviou algumas cabeças cortadas ao prefeito do povoado de Piranhas, com um bilhete: "se o negocio é cortar cabeças, vou mandar em quantidade". Corisco foi morto em julho de 1940. Terminava o Cangaço.
Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino muito bem, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades.
Maria Gomes de Oliveira, foi a primeira mulher a aparecer no cenário do cangaço. Nascida em 8 de março de 1911 (Data do dia Internacional da Mulher) em uma fazenda em Santa Brígida, na Bahia. Era filha de José Felipe de Oliveira e Maria Joaquina Déia. Tinha 11 irmãos. Ela casou-se aos 15 anos com um sapateiro, com quem vivia às turras. Durante uma das separações de seu marido, o que era constante, Maria Bonita conheceu Lampião e apaixonou-se. Lampião, nesta época, tinha quase 33 anos e Maria pouco mais de 20. Esta paixão desenfreada os uniu até a morte. Ela entrou para o bando ao final de 1930. Tiveram uma única filha, Expedita Ferreira, nascida em 1932, única sobrevivente das quatro gestações de Maria Bonita,que foi criada anonimamente por coiteiros. Em alguns momentos, a intervenção de Maria Bonita impediu vários atos de crueldade de Lampião. Maria Bonita era a Musa e a Rainha do Cangaço e ocupava-se entre outras coisas de costurar a indumentária dos cangaceiros.
Depois dela, os outros cangaceiros também trouxeram suas companheiras para fazerem parte do bando. Dizem que elas participavam de todas as atividades, inclusive dos combates.
Se destacaram: Dadá, esposa de Corisco, Lídia, mulher de Zé Baiano e outra Maria, mulher de Pancada.
Acorda Maria Bonita - Levanta vai fazer o café - Que o dia já vem raiando - E a polícia já está de pé ....
Em meio ao sangue, Lampião achava lugar para a religião. Nos acampamentos, rezava o ofício, espécie de missa. Carregava livros de orações e pregava fotos do Padre Cícero na roupa. Em várias das cidades que invadiu chegou a ir à igreja, onde deixava donativos fartos, exceto para São Benedito. "Onde já se viu negro ser santo?", dizia, demonstrando seu racismo. Supersticioso, andava com amuletos espalhados pela roupa. Levou sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava-se que tinha o corpo fechado.
Uma parte do bando de Lampião: Enedina, Azulão (de oculos) Dada e Sabonete.
Médico, farmacêutico, dentista, vaqueiro, poeta, estrategista, guerrilheiro, artesão: Lampião era um homem de muitas facetas, cada uma com um número maior ainda de boatos e histórias. É verdadeiramente impossível descobrir ou contar todas os “causos” sobre o maior cangaceiro que já existiu.
Parteiro
“Em 1932, o casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita.
Parteiro
“Em 1932, o casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita.
Maria Bonita dá à luz no meio da caatinga, à sombra de um umbuzeiro, em Porto de Folha, no estado de Sergipe. Lampião foi o seu próprio parteiro”. Por isso era chamado de médico.
“Maria Bonita insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano.
“Maria Bonita insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano.
Virgulino tem o olho extraído pelo Dr. Bragança - um conhecido oftalmologista de todo o sertão - e passa um mês internado para se recuperar.
Após pagar todas as despesas da internação, ele sai do hospital, escondido, durante a madrugada, não sem antes deixar escrito, à carvão, na parede do quarto:
Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião”.
Veneno, fogo e nove vezes baleado
“Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo, apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas vezes.
Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas. Para estancar o sangue e curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até, excrementos de gado. Eram usadas, ainda, ervas medicinais e rezas dos curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava. Um ferimento em seu pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida”.Cauteloso
“Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria. Entretanto, não conseguiu se livrar da traição dos falsos amigos”.
Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião”.
Veneno, fogo e nove vezes baleado
“Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo, apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas vezes.
Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas. Para estancar o sangue e curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até, excrementos de gado. Eram usadas, ainda, ervas medicinais e rezas dos curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava. Um ferimento em seu pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida”.Cauteloso
“Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria. Entretanto, não conseguiu se livrar da traição dos falsos amigos”.
GOVERNARDOR DO SERTÃO.
Durante o tempo em que esteve preso por Lampião, Pedro Paulo Magalhães Dias (ou Pedro Paulo Mineiro Dias), inspetor da STANDAR OIL COMPANY (ESSO), conhecido como Mineiro, testemunhou a vida dos cangaceiros e traçou o perfil de Virgulino, segundo sua avaliação.
Lampião pediu à empresa um resgate de vinte contos de réis pelo prisioneiro e acertou que se o resgate não fosse pago, mataria Mineiro.
Durante o tempo em que esteve preso por Lampião, Pedro Paulo Magalhães Dias (ou Pedro Paulo Mineiro Dias), inspetor da STANDAR OIL COMPANY (ESSO), conhecido como Mineiro, testemunhou a vida dos cangaceiros e traçou o perfil de Virgulino, segundo sua avaliação.
Lampião pediu à empresa um resgate de vinte contos de réis pelo prisioneiro e acertou que se o resgate não fosse pago, mataria Mineiro.
Mineiro viveu os dias de cativeiro, atormentado por terrível temor de ser morto por Lampião. Finalmente, percebendo o estado de espírito do prisioneiro, Virgulino tranquilizou-o afirmando:
- "Se vier o dinheiro eu solto, se não vier eu solto também, querendo Deus".
Resolveu libertar Mineiro, antes porém, teve uma longa conversa com ele.
Falou para Mineiro, por sentir-se naquele momento Senhor Absoluto do Sertão, que poderia ser Governador do Sertão.
- "Se vier o dinheiro eu solto, se não vier eu solto também, querendo Deus".
Resolveu libertar Mineiro, antes porém, teve uma longa conversa com ele.
Falou para Mineiro, por sentir-se naquele momento Senhor Absoluto do Sertão, que poderia ser Governador do Sertão.
Mineiro perguntou-lhe, caso fosse governador, que planos teria para governar.Ficou surpreso com as respostas, que revelaram ter Virgulino conhecimento da situação política da região, conhecento seus problemas mais urgentes.
Lampião afirmou:
- "Premero de tudo, querendo Deus, Justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda!
Vem logo as estradas para automóvel e caminhão!
- Mas, o capitão não é contra se fazer estrada? - objetou Mineiro.
- Sou contra porque o Governo só faz estrada pra botar persiga em cima de mim. Mas eu fazia estrada para o progresso do sertão. Sem estrada não pode ter adiantamento, Fica tudo no atraso.
Vem depois as escolas e eu obrigava todo mundo a aprender, querendo Deus.
Botava, também, muito doutor (médico) para cuidar da saúde do povo.
Para completar tudo, auxiliava o pessoal do campo, o agricultor e o criador, para ter as coisas mais barato, querendo Deus" (Frederico Bezerra Maciel).
Mineiro ouviu e concordou com Virgulino. O que acabara de ouvir representava uma parte da sabedoria do cangaceiro.
Lampião então, senhor de si, ditou para Mineiro, uma carta para o governador de Pernambuco, com a seguinte proposta:
" Senhor Governador de Pernambuco.
Suas saudações com os seus.
Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor pra evitar guerra no sertão e acabar de vez com as brigas... Se o senhor estiver de acordo, devemos dividir os nossos territórios. Eu que sou Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do sertão, fico governando esta zona de cá, por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco.
Lampião afirmou:
- "Premero de tudo, querendo Deus, Justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda!
Vem logo as estradas para automóvel e caminhão!
- Mas, o capitão não é contra se fazer estrada? - objetou Mineiro.
- Sou contra porque o Governo só faz estrada pra botar persiga em cima de mim. Mas eu fazia estrada para o progresso do sertão. Sem estrada não pode ter adiantamento, Fica tudo no atraso.
Vem depois as escolas e eu obrigava todo mundo a aprender, querendo Deus.
Botava, também, muito doutor (médico) para cuidar da saúde do povo.
Para completar tudo, auxiliava o pessoal do campo, o agricultor e o criador, para ter as coisas mais barato, querendo Deus" (Frederico Bezerra Maciel).
Mineiro ouviu e concordou com Virgulino. O que acabara de ouvir representava uma parte da sabedoria do cangaceiro.
Lampião então, senhor de si, ditou para Mineiro, uma carta para o governador de Pernambuco, com a seguinte proposta:
" Senhor Governador de Pernambuco.
Suas saudações com os seus.
Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor pra evitar guerra no sertão e acabar de vez com as brigas... Se o senhor estiver de acordo, devemos dividir os nossos territórios. Eu que sou Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do sertão, fico governando esta zona de cá, por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco.
E o senhor, do seu lado, governa do Rio Branco até a pancada do mar no Recife.
Isso mesmo. Fica cada um no que é seu. Pois então é o que convém. Assim ficamos os dois em paz, nem o senhor manda os seus macacos me emboscar, nem eu com os meninos atravessamos a extrema, cada um governando o que é seu sem haver questão. Faço esta por amor à Paz que eu tenho e para que não se diga que sou bandido, que não mereço.
Aguardo resposta e confio sempre.
Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão.
Aguardo resposta e confio sempre.
Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão.
Seria Mineiro o portador dessa carta, colocada em envelope branco, tipo comercial, com a subscrição:
- Para o Exº Governador de Pernambuco - Recife" (Frederico Bezerra Maciel)
Mineiro notou que quase todos os cangaceiros eram analfabetos. Lampião sabia ler bem, mas escrevia com muita dificuldade. Antonio Ferreira lia com dificuldade e não escrevia. Apenas Antônio Maquinista, ex-sargento do Exército, sabia ler e escrever.
Enfim Lampião solta Mineiro, num ato que se transformou em festa, com muitos discursos e a emoção dos participantes.
Mineiro reconheceu nos cangaceiros, pessoas revoltadas contra a situação de abandono do sertão. Agradeceu a Deus os dias que passou na companhia de Lampião e seus cabras. Teceu elogios a Virgulino por sua personalidade capaz e inteligente. Afirmou que levava a melhor impressão de todos e que iria propagar, que o capitão e os seus, não eram o que diziam deles.
Lampião pediu então a Mineiro que dissesse ao mundo a verdade.
Despediu-se mineiro de todos, abraçando um por um os cangaceiros:
Luís Pedro, Maquinista, Jurema, Bom Devera, Zabelê, Colchete, Vinte e dois, Lua Branca, Relâmpago, Pinga Fogo, Sabiá, Bentevi, Chumbinho, Az de Ouro, Candeeiro, Vareda, Barra Nova, Serra do Mar, Rio Preto, Moreno, Euclides, Pai Velho, Mergulhão, Coqueiro, Quixadá, Cajueiro, Cocada, Beija Flor, Cacheado, Jatobá, Pinhão, Mormaço, Ezequiel Sabino, Jararaca, Gato, Ventania, Romeiro, Tenente, Manuel Velho, Serra Nova, Marreca, Pássaro Preto, Cícero Nogueira, Três cocos, Gaza, Emiliano, Acuana, Frutuoso, Feião, Biu, Sabino
.......................................... Lampião era “muito religioso” tinha uma fé inabalável no Padre Cicero
Em paz, somente com Deus- Para o Exº Governador de Pernambuco - Recife" (Frederico Bezerra Maciel)
Mineiro notou que quase todos os cangaceiros eram analfabetos. Lampião sabia ler bem, mas escrevia com muita dificuldade. Antonio Ferreira lia com dificuldade e não escrevia. Apenas Antônio Maquinista, ex-sargento do Exército, sabia ler e escrever.
Enfim Lampião solta Mineiro, num ato que se transformou em festa, com muitos discursos e a emoção dos participantes.
Mineiro reconheceu nos cangaceiros, pessoas revoltadas contra a situação de abandono do sertão. Agradeceu a Deus os dias que passou na companhia de Lampião e seus cabras. Teceu elogios a Virgulino por sua personalidade capaz e inteligente. Afirmou que levava a melhor impressão de todos e que iria propagar, que o capitão e os seus, não eram o que diziam deles.
Lampião pediu então a Mineiro que dissesse ao mundo a verdade.
Despediu-se mineiro de todos, abraçando um por um os cangaceiros:
Luís Pedro, Maquinista, Jurema, Bom Devera, Zabelê, Colchete, Vinte e dois, Lua Branca, Relâmpago, Pinga Fogo, Sabiá, Bentevi, Chumbinho, Az de Ouro, Candeeiro, Vareda, Barra Nova, Serra do Mar, Rio Preto, Moreno, Euclides, Pai Velho, Mergulhão, Coqueiro, Quixadá, Cajueiro, Cocada, Beija Flor, Cacheado, Jatobá, Pinhão, Mormaço, Ezequiel Sabino, Jararaca, Gato, Ventania, Romeiro, Tenente, Manuel Velho, Serra Nova, Marreca, Pássaro Preto, Cícero Nogueira, Três cocos, Gaza, Emiliano, Acuana, Frutuoso, Feião, Biu, Sabino
.......................................... Lampião era “muito religioso” tinha uma fé inabalável no Padre Cicero
Em meio ao sangue, Lampião achava lugar para a religião. Nos acampamentos, rezava o ofício, espécie de missa. Carregava livros de orações e pregava fotos do Padre Cícero na roupa. Em várias das cidades que invadiu chegou a ir à igreja, onde deixava donativos fartos, exceto para São Benedito. "Onde já se viu negro ser santo?", dizia, demonstrando seu racismo. Supersticioso, andava com amuletos espalhados pela roupa. Levou sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava-se que tinha o corpo fechado.
Uma parte do bando de Lampião: Enedina, Azulão (de oculos) Dada e Sabonete.
....................................Expedita a filha de Lampião com Maria Bonita
.........................................................João Ferreira da Silva, filho de Lampíão.
........................................ Vera Lucia a neta de Lampião adulta ao lado de pai e da mãe Espedita
Corisco foi companheiro de Lampião por muito tempo. Separou-se de Lampião para formar seu bando. Dizia para Lampião que seu bando jamais importunaria o seu, se preciso fosse lutaria ao lado de seu bando. Uma semana depois do massacre do bando de Lampião, Corisco (o diabo loiro) desfechou ataques fulminantes sobre cidades a margem do Rio São Francisco como vingança da morte de seu amigo. Jurou matar todas as pessoas de sobrenome Bezerra. Enviou algumas cabeças cortadas ao prefeito do povoado de Piranhas, com um bilhete: "se o negocio é cortar cabeças, vou mandar em quantidade". Corisco foi morto em julho de 1940. Terminava o Cangaço.
Aqui está o final da historia de Lampião Maria bonita e uma boa parte do bando. Para provar ao governo que a matança foi uma verdade, cortaram a cabeça de cada um e levaram. Era aquele negocio."Mataram as cobras e mostraram o pau". De cima para baixo e da esquerda para a dieita estão as cabeças de, Enedina, Caparana, Angelo Roque, Diferente, Mergulhão, Eletérico, Caixa de Fosforo, Quinta Feira, Maria Bonita Luiz Pedro e isolado na parte de baixo a cabeça de Lampião.
Cabeças decepadas e expostas
A força volante, de maneira bastante desumana, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira e Mergulhão: tiveram suas cabeças arrancadas em vida.
Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensangüentados foram deixados a céu aberto para servirem de alimento aos urubus.
Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Maceió e, depois, foram ao sul do Brasil.
Do sul do País, apesar de se encontrarem em péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do projeto de lei no. 2867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.
Cabeças decepadas e expostas
A força volante, de maneira bastante desumana, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira e Mergulhão: tiveram suas cabeças arrancadas em vida.
Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensangüentados foram deixados a céu aberto para servirem de alimento aos urubus.
Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Maceió e, depois, foram ao sul do Brasil.
Do sul do País, apesar de se encontrarem em péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do projeto de lei no. 2867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.
A gruta de Angicos, onde se deu o massacre do bando. Ficou apenas as cruzes.
O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços esporádicos para os latifundiários; os “políticos”, expressão de poder dos grandes fazendeiros; e os cangaceiros independentes, com características de banditismo.Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino muito bem, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades.
Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.
O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, denominado o “Senhor do Sertão” e também “O Rei do Cangaço”. Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.
No dia 28 de julho de 1938 na localidade de Angicos, no estado de Sergipe, Lampião foi vítima de uma emboscada onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita e mais nove cangaceiros.
Esta data veio a marcar o final do cangaço pois a partir da repercussão da morte de Lampião os chefes dos outros bandos existentes no nordeste brasileiro vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
As cabeças de Lampião, Maria Bonita e dos outros integrantes do bando, foram cortadas e exibidas em público.
O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, denominado o “Senhor do Sertão” e também “O Rei do Cangaço”. Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.
No dia 28 de julho de 1938 na localidade de Angicos, no estado de Sergipe, Lampião foi vítima de uma emboscada onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita e mais nove cangaceiros.
Esta data veio a marcar o final do cangaço pois a partir da repercussão da morte de Lampião os chefes dos outros bandos existentes no nordeste brasileiro vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
As cabeças de Lampião, Maria Bonita e dos outros integrantes do bando, foram cortadas e exibidas em público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário