terça-feira, janeiro 11, 2011

Pelo relógio do Mappin, são....









Pelo relógio do Mappin, são.... 21 horas.
Era assim que Roberto Corte Real iniciava o noticiário Mappin Movietone, na TV Tupi nos anos 1950.

Mas ai, eu olhando o relógio quadrado do Mappin, num daqueles dias dos anos 1960, vi que eram exatamente 16 horas, 37 minutos. É um sábado, to na Xavier de Toledo esquina da Praça Ramos Azevedo. Exatamente debaixo do relógio quadrado do Mappin. Ainda bem que esse relógio não faz o Bim-Bam, como faz o relógio do Mosteiro de São Bento, senão já ia ficar com a paciência abalada esperando a Zoraide que deveria estar às 16 horas e 30 minutos em ponto.
Dou um giro pela vitrine da Praça Ramos, quem sabe vejo numa oferta boa, ou dou de cara com ela. Ali passa tanta gente que não consigo olhar direito.
Um olho na vitrine há ao mesmo tempo, uma olhada ao chão para ver se está chegando àquela moça do bairro de Itaquera manquitolando com aquele sapato Luiz XV. Pode ser também que ela venha com aquele sapato carrapeta, que faz um barulho que machuca até o ouvido até de surdo. Alguma coisa me diz que para quem vem da zona Leste não se da bem pelos lados da Rua Barão de Itapetininga. Vou então para a vitrine da Xavier de Toledo. Na vitrine mercadoria em liquidação.
É só esse sábado! a liquidação do Mappin!
Tinha até a foto do Antonio Del Fiól, o propagandista do Mappin na televisão.

Ai, fiquei “enchendo lingüiça” cantarolando a propaganda do Mappin no radio e na Televisão. "Mappin venha correndo Mappin, Liquidação do Mappin, É a liquidação!" Cantarolei umas 15 vezes, e nada de Zoraide, aparecer, fui novamente até a frente do relógio quadrado que já estava marcando, dezesseis horas e quarenta e cinco minutos. Já estava perdendo a paciência resmungando. Vaca sem vergonha, bem que meu primo Capulletta disse que no Bixiga tinha uma cafetina no Treme-Treme da Rua Paim, com esse nome, mas não era a minha Zoraide, era apena homônima.
Mas sempre vem aquele pensamento: Será que ela está cafetinando? Tudo é motivo para imaginação, e a imaginação vem sempre do lado do mal.
Mas uma voz, veio me acalmar: Amigo, Já foi dito que debaixo do relógio quadrado do Mappin é um local de encontros e desencontros.Mais calmo tirei da cabeça o que tinha vindo do o Capulletta.
É verdade que Zoraide tem um nome duvidoso, mas ela tem sido tão amável, tão carinhosa, e até comprovei. Imagine até virgem ela é.
Ai deu outro estalo: Será que foi aqui mesmo que marquei com ela. De repente me veio à mente a propagando da loja Garbo. “Você precisa de uma roupa nova, lojas Garbo tem, a roupa que lhe fica bem... muito bem”.
Pelo sim pelo não, vou até a Rua XV de Novembro, e mal chego em frente a loja Garbo e, vejo-a correndo em minha direção. Não era Zoraide, e sim Zenaide, quase chorando, mas de alegria por me ver. Nossa! Como você demorou. Estou aqui já há trinta minutos. O que foi, perdeu o ônibus?
Pronto o programa não estava furado. O Cine Metro com o filme Esquina do Pecado estava nos esperando. Na saída ficava a duvida. Vamos comer aonde, na Kibelandia, ou na Salada Paulista?







































































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