Este era Pedro Geraldo Costa radialista e publicitário, talvez mais radialista do que publicitário. É dele o slogan “Maria sai da lata que a lata tem barata”.
..................................Pedro Geraldo Costa no meio de Delio Santos locutor da radio nacional Walter Silva (o Pica Pau)
O CRONISTA DO CORAÇÃO
Este era Pedro Geraldo Costa radialista e publicitário, talvez mais radialista do que publicitário. É dele o slogan “Maria sai da lata que a lata tem barata”.
FOTO-Pedro Geraldo Costa no meio de Delio Santos locutor da radio nacional Walter Silva (o Pica Pau)
Pedro era amigo do meu pai, já tinha ido algumas vezes a minha casa. Ele tinha uma farmácia na Rua da Consolação perto de onde meu pai trabalhava. Era a “farmácia do povo”. Não vendia remédios ele doava aos pobres, com certeza conseguia esses medicamentos nas campanhas que fazia na PRG-9, Radio Nacional onde ele irradiava o programa da Ave Maria todos os dias às 18 horas. Algumas pessoas já o chamavam de demagogo e, em 1954 quando ele se aliou ao padre Donizete Tavares de Lima, que vinha fazendo milagres por interseção de Nossa Senhora Aparecida. Muita gente dizia que tinha recebido um milagre da nossa querida padroeira, então Pedro Geraldo Costa resolveu homenageá-la, fazendo excursões a cidade de Tambaú, onde o padre Donizete tinha sua igreja. Para homenagear a santa ele fez uma chuva de rosas, com um avião nos céus da cidade de São Paulo fazendo com que as pétalas caíssem no Vale do Anhangabaú, um espetáculo realmente bonito e emocionante, com o vale do povo super lotado, com isso Pedro ia contabilizando cada vez mais a simpatia do povo.
Depois da chuva de Rosas ele teve outro momento de criatividade. Resolveu trazer do Líbano a Cruz de Cedro, dizia ele que era a Cruz onde “Cristo tinha sido crucificado” Na verdade era uma réplica. Foi outra coisa que tocou muito o povo que tinha fé e, mexeu com a emoção de todos. Como era anunciado com freqüência da chegada da Cruz houve uma grande expectativa, e o vale do Anhangabaú, estava tomado de pessoas, como sempre diziam estar ali um milhão de pessoas.
Depois desse evento aumentou os comentários de que ele não passava de demagogo e que logo seria candidato a algum cargo eletivo. Na verdade eram apenas ciúmes de políticos que sabia que uma boa fatia do eleitorado estaria com o cronista do coração
E seus detratores tiveram motivo de sobra para continuar com as criticas. Ele realmente foi candidato a vereador em 1955, inclusive esteve em minha casa para pedir a meu pai que autorizar eu a distribuir cédulas dele no dia da eleição. Com a permissão do meu pai, fui a casa dele na Rua Avanhandava buscar o material de propaganda e fui recebido por sua esposa, uma jovem magra muito bonita, contrastando com ele que era corpulento e gordo.
E no dia 3 de outubro estava eu em frente ao grupo escolar Martin Francisco distribuindo cédulas dele na eleição em que Juscelino tinha sido eleito presidente da republica e, ele também se elegeu vereador.
E daí por diante sua carreira política foi de vento em popa, mas nunca deixou o radio de lado. Agora com o respaldo do Padre Donizete seu programa da Ave Maria ganhava outros contornos, pois ele gravou uma fita com a benção do padre e cada vez que ele ia rezar pedia para os ouvintes colocar um copo de água em cima do radio para que no momento da benção a água ficasse benta, o que era religiosamente feito por muitos ouvintes que mandavam cartas dizendo da melhoria de vida depois de tal medida.
No programa antes da reza ele era um conselheiro pedia para que as pessoas fossem honestas e que o lar sempre fosse de muita alegria e, que os casais se dessem bem. Pedia para que fossem sempre a missa para receber de Deus as bênçãos.
Um dia um marido que tinha brigado feio com a esposa inclusive partindo para agressão, ela pediu ao marido que ouvisse os conselhos de Tio Pedro como era chamado.
Raivoso o homem foi ao encontro de Pedro na Farmácia do Povo de arma em punho, só que não o encontrou. Ele tinha saído minutos antes, se safando de ser morto.
Em seu programa do dia seguinte ele disse categoricamente que foi Nossa Senhora Aparecida que fez com que ele saísse para fazer algo. Pedro era assim não tinha vergonha de dizer essas coisas.
Pedro já tinha subido na política era deputado estadual, e em 1965 se candidatou a prefeito da capital. Tinha a convicção de que seria eleito, embora concorressem com ele dois pesos pesados da política na época, Faria Lima e Laudo Natel, mas sua campanha estava firme e, ele usava os meios de comunicação de onde fazia parte.
No programa da Hebe Camargo ele foi com a gravata do lado do avesso e com um paralelepípedo na mão. E teve que responder duas perguntas:
1º- Porque está com a gravata do avesso? – É porque quando as pessoas perguntam e eu coloco do lado direito onde está minha foto dizendo que sou candidato.
2º - E, essa “pedrona” que está ai no seu colo? Porque sou o Pedro da Pedra, esse é meu Slogan. Ele tinha muita imaginação. Um local onde todos os candidatos colocavam faixas era na Praça da Republica, o lugar bem visível era de frete a Avenida Ipiranga. Das muitas faixas que ali estavam a que mais chamava atenção era a dele. Um monte de passarinhos ficava ali pousado ou antão ciscando na calha que ele colocou na base da faixa, onde também colocou alpiste motivo pelo qual os pássaros se esbaldavam. Com isso ele queria dizer que era milagre de Nossa senhora Aparecida.
Em sua plataforma administrativa, Pedro Geraldo Costa, falava da construção de um hospital que seria construído por imigrantes de várias raças radicadas em São Paulo, Italianos, Libaneses, Judeus, Espanhóis, Portugueses. Cabendo a eles a construção desse hospital, Por exemplo: Cada andar do prédio teria a cor da bandeira do país que seus membros viessem a construir
Um dia fez um comício na rua em meio à meia dúzia de pessoas e, se dizia emocionado com o povo cantando “sempre no meu coração”, sua característica musical por ser “o cronista do coração”. Obrigado pelas palmas saudações, boas novas, sabem tudo o que falei até aqui, sabem que eu vou combater a pornografia e vou defender a família, as meninas estupradas. Antes de votar, olhem para suas filhas e suas netas. Vá para o voto firme em Pedro Geraldo Costa “O homem que o povo gosta”. Vamos ganhar essa eleição. Nada de vassoura e de pano branco que não varre mais. Isso é o símbolo da maldade condição de bruxa. Como que vocês podem confiar num homem que não crê em Deus? E nesse que quer colocar uma estrela vermelha no céu de Anchieta de São Paulo. Pelo amor de Deus! Isso de jeito nenhum, digo como Cristão seu bairro vai provar o numero de famílias e de moral. Vamos cantando: “sempre no meu coração...
Pedro Geraldo Costa foi derrotado e, sentiu muito essa derrota. Por uma semana ele deixou de fazer o programa da Ave Maria que foi feito por sua filha mais velha que disse que ele estava muito aborrecido pela derrota. Sem duvida o nome de Pedro Geraldo Costa merece ser lembrado não apenas como grande nome do radio, mas como um ser humano excepcional, que usava sua capacidade de comunicador para viver, sem esquecer-se do próximo.
Quis o destino que ele partisse para o alem, num dia 15 de novembro de 1990, dia de eleição, entre pessoas e veículos que se deslocavam pelas ruas da cidade, um cortejo fúnebre passava em meio a panfletos “santinhos” jogados pelas ruas. Era o ex. Pedro da pedra que um dia tinha também sido candidato se encaminhava para sua ultima morada, aos 70 anos, bem vividos aqui na terra, como radialista, publicitário e político.
Pedro era amigo do meu pai, já tinha ido algumas vezes a minha casa. Ele tinha uma farmácia na Rua da Consolação perto de onde meu pai trabalhava. Era a “farmácia do povo”. Não vendia remédios ele doava aos pobres, com certeza conseguia esses medicamentos nas campanhas que fazia na PRG-9, Radio Nacional onde ele irradiava o programa da Ave Maria todos os dias às 18 horas. Algumas pessoas já o chamavam de demagogo e, em 1954 quando ele se aliou ao padre Donizete Tavares de Lima, que vinha fazendo milagres por interseção de Nossa Senhora Aparecida. Muita gente dizia que tinha recebido um milagre da nossa querida padroeira, então Pedro Geraldo Costa resolveu homenageá-la, fazendo excursões a cidade de Tambaú, onde o padre Donizete tinha sua igreja. Para homenagear a santa ele fez uma chuva de rosas, com um avião nos céus da cidade de São Paulo fazendo com que as pétalas caíssem no Vale do Anhangabaú, um espetáculo realmente bonito e emocionante, com o vale do povo super lotado, com isso Pedro ia contabilizando cada vez mais a simpatia do povo.
Depois da chuva de Rosas ele teve outro momento de criatividade. Resolveu trazer do Líbano a Cruz de Cedro, dizia ele que era a Cruz onde “Cristo tinha sido crucificado” Na verdade era uma réplica. Foi outra coisa que tocou muito o povo que tinha fé e, mexeu com a emoção de todos. Como era anunciado com freqüência da chegada da Cruz houve uma grande expectativa, e o vale do Anhangabaú, estava tomado de pessoas, como sempre diziam estar ali um milhão de pessoas.
Depois desse evento aumentou os comentários de que ele não passava de demagogo e que logo seria candidato a algum cargo eletivo. Na verdade eram apenas ciúmes de políticos que sabia que uma boa fatia do eleitorado estaria com o cronista do coração
E seus detratores tiveram motivo de sobra para continuar com as criticas. Ele realmente foi candidato a vereador em 1955, inclusive esteve em minha casa para pedir a meu pai que autorizar eu a distribuir cédulas dele no dia da eleição. Com a permissão do meu pai, fui a casa dele na Rua Avanhandava buscar o material de propaganda e fui recebido por sua esposa, uma jovem magra muito bonita, contrastando com ele que era corpulento e gordo.
E no dia 3 de outubro estava eu em frente ao grupo escolar Martin Francisco distribuindo cédulas dele na eleição em que Juscelino tinha sido eleito presidente da republica e, ele também se elegeu vereador.
E daí por diante sua carreira política foi de vento em popa, mas nunca deixou o radio de lado. Agora com o respaldo do Padre Donizete seu programa da Ave Maria ganhava outros contornos, pois ele gravou uma fita com a benção do padre e cada vez que ele ia rezar pedia para os ouvintes colocar um copo de água em cima do radio para que no momento da benção a água ficasse benta, o que era religiosamente feito por muitos ouvintes que mandavam cartas dizendo da melhoria de vida depois de tal medida.
No programa antes da reza ele era um conselheiro pedia para que as pessoas fossem honestas e que o lar sempre fosse de muita alegria e, que os casais se dessem bem. Pedia para que fossem sempre a missa para receber de Deus as bênçãos.
Um dia um marido que tinha brigado feio com a esposa inclusive partindo para agressão, ela pediu ao marido que ouvisse os conselhos de Tio Pedro como era chamado.
Raivoso o homem foi ao encontro de Pedro na Farmácia do Povo de arma em punho, só que não o encontrou. Ele tinha saído minutos antes, se safando de ser morto.
Em seu programa do dia seguinte ele disse categoricamente que foi Nossa Senhora Aparecida que fez com que ele saísse para fazer algo. Pedro era assim não tinha vergonha de dizer essas coisas.
Pedro já tinha subido na política era deputado estadual, e em 1965 se candidatou a prefeito da capital. Tinha a convicção de que seria eleito, embora concorressem com ele dois pesos pesados da política na época, Faria Lima e Laudo Natel, mas sua campanha estava firme e, ele usava os meios de comunicação de onde fazia parte.
No programa da Hebe Camargo ele foi com a gravata do lado do avesso e com um paralelepípedo na mão. E teve que responder duas perguntas:
1º- Porque está com a gravata do avesso? – É porque quando as pessoas perguntam e eu coloco do lado direito onde está minha foto dizendo que sou candidato.
2º - E, essa “pedrona” que está ai no seu colo? Porque sou o Pedro da Pedra, esse é meu Slogan. Ele tinha muita imaginação. Um local onde todos os candidatos colocavam faixas era na Praça da Republica, o lugar bem visível era de frete a Avenida Ipiranga. Das muitas faixas que ali estavam a que mais chamava atenção era a dele. Um monte de passarinhos ficava ali pousado ou antão ciscando na calha que ele colocou na base da faixa, onde também colocou alpiste motivo pelo qual os pássaros se esbaldavam. Com isso ele queria dizer que era milagre de Nossa senhora Aparecida.
Em sua plataforma administrativa, Pedro Geraldo Costa, falava da construção de um hospital que seria construído por imigrantes de várias raças radicadas em São Paulo, Italianos, Libaneses, Judeus, Espanhóis, Portugueses. Cabendo a eles a construção desse hospital, Por exemplo: Cada andar do prédio teria a cor da bandeira do país que seus membros viessem a construir
Um dia fez um comício na rua em meio à meia dúzia de pessoas e, se dizia emocionado com o povo cantando “sempre no meu coração”, sua característica musical por ser “o cronista do coração”. Obrigado pelas palmas saudações, boas novas, sabem tudo o que falei até aqui, sabem que eu vou combater a pornografia e vou defender a família, as meninas estupradas. Antes de votar, olhem para suas filhas e suas netas. Vá para o voto firme em Pedro Geraldo Costa “O homem que o povo gosta”. Vamos ganhar essa eleição. Nada de vassoura e de pano branco que não varre mais. Isso é o símbolo da maldade condição de bruxa. Como que vocês podem confiar num homem que não crê em Deus? E nesse que quer colocar uma estrela vermelha no céu de Anchieta de São Paulo. Pelo amor de Deus! Isso de jeito nenhum, digo como Cristão seu bairro vai provar o numero de famílias e de moral. Vamos cantando: “sempre no meu coração...
Pedro Geraldo Costa foi derrotado e, sentiu muito essa derrota. Por uma semana ele deixou de fazer o programa da Ave Maria que foi feito por sua filha mais velha que disse que ele estava muito aborrecido pela derrota. Sem duvida o nome de Pedro Geraldo Costa merece ser lembrado não apenas como grande nome do radio, mas como um ser humano excepcional, que usava sua capacidade de comunicador para viver, sem esquecer-se do próximo.
Quis o destino que ele partisse para o alem, num dia 15 de novembro de 1990, dia de eleição, entre pessoas e veículos que se deslocavam pelas ruas da cidade, um cortejo fúnebre passava em meio a panfletos “santinhos” jogados pelas ruas. Era o ex. Pedro da pedra que um dia tinha também sido candidato se encaminhava para sua ultima morada, aos 70 anos, bem vividos aqui na terra, como radialista, publicitário e político.
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