segunda-feira, agosto 30, 2010

Relogios

Os relógios da cidade

Uma coisa que se via muito na cidade de São Paulo eram os vários relógios todos eles com números um a dose, sem aqueles riscos que muitos tem com apenas os números 3 – 6 – 9 e 12 e o resto ricos. Como por exemplo o relogio do Mosteiro de São bento que da badaladas a cada uma hora, qua nos anos 1950-60, era usado pela radio Gazeta, patrocinado pela loja de artigos de couro para brindes. Bim Bam. " Bim Bam informa a hora certa direto do Mosteiro de São Bento", Era o que ouvia-se de hora em hora.







Naqueles anos 1950, pela manhã quando eu ia da Vila Olímpia até o Brás, os relógios eram os meus amigos a dizer se eu estava atrasado ou não.
Quando descia no Anhangabaú, ia em direção à Galeria Prestes Maia, cumprimentava a estátua de Verdi, à esquerda e, antes de entrar na Galeria, na entrada, o enorme relógio mostrava como eu estava de tempo para chegar ao meu destino. Subindo as escadas rolantes e saindo da Galeria entrando na Praça do Patriarca outro relógio mostrava quantos minutos eu tinha caminhado aquele pequeno percurso.
Pela Rua Direita na tinha observado nenhum, mas quando estava no início ou fim da Rua XV de



















Novembro,já na Praça da Sé, à esquerda, lá estava um deles, com seus números em Algarismo Romano. Nessa rua tinha outros, mesmo porque, ela é uma rua bancaria e homens de negócios tem que estar sempre na hora certa.
E assim por diante. O fato é que, por falta de relógio não se chegava atrasado a lugar nenhum.


E por falar em relógio de Algarismos Romanos, um que sempre me chamou atenção, era um que ficava na Avenida São João, esquina com a Rua Libero Badaró, quando termina a Praça Antonio Prado. É um relógio que está, ainda hoje, em cima de um poste de ferro, sempre muito bem cuidado. Esse relógio ali foi colocado há muitos anos atrás, por um homem. Eu vejo este relógio já faz 56 anos, sempre limpo, e é de propriedade da cidade, presente de um paulistano ou não, que depois de morto teve seu filho como mantenedor do relógio, não só na limpeza como num eventual conserto. Não faz muito tempo, o responsável pela manutenção pedia ajuda para que algum patrocinador pudesse ajudar na manutenção do relógio, pois que isto tem custos muito altos, razão pela qual pediu ajuda de patrocinadores. Porque será que a prefeitura não assumiu esse relógio,haja vista ser patrimônio da cidade e não bem de uma só pessoa?
Será que é pelo fato de ter que fazer uma licitação, que além de levar, no mínimo, seis meses, sempre tem alguma “mutreta” por trás, motivo de alguém que se sinta prejudicado entrar na justiça?



Vejam por exemplo, os vários relógios digitais que, alem de marcarem as horas marcam também a temperatura, nem sempre correta e que estão nos canteiros públicos, com a imagem em branco, ou então, com alguns números em falta, talvez pela falta de manutenção por ter terminado o contrato e esta difícil a renovação. Porque será que a prefeitura não faz um contrato que vigore para sempre?



Agora, o relógio mais visto por muitos anos, o único não redondo na cidade era o relógio do Mappin. (foto acima) O quadrado, além de marcar as horas para todos nós, marcava também o local de encontros amistosos, amorosos, ou de negócios, como lembrou o meu amigo Luiz Saidenberg, num de seus textos, para o site São Paulo Minha Cidade.

Eu mesmo marquei muitos encontros em determinadas horas, em que a mentira não se enquadrava no papo, porque o “quadradão” do Mappin estava lá, para não deixar ninguém mentir.


Se você estuda na USP, não vai se atrazar nas aulas por falta de informação da hora, uma torre bem alta com um relogio está mostrando o tempo que você tem para chegar a sala de aula. De qualquer ponto do Campus da para se ver. Fica na praça do Relogio.










Votando a falar em relógio digital, o primeiro a existir na cidade de São Paulo vem do início dos anos 1960, no conjunto nacional, na Avenida Paulista com a Rua Augusta. Costumava-se a dizer que era o relógio da Willys, a propaganda de uma fábrica de carros daquela época, com seus números na cor naquele neon de cor azul, à noite, era visto por toda a cidade. Hoje a publicidade é do Banco Itau, mas pouca gente vê de longe, porque os espigões da cidade impedem.

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