quinta-feira, julho 15, 2010

2010-CENTENARIO DE ADONIRAN BARBOSA

2010 foi o ano do centenário de Adoniran Barbosa, sua data natalicia 6 de agosto.

Conheci Adoniran pessoalmente. Quisesse falar com ele, era só ir à Avenida Miruna 713, onde ficavam as Rádios, Record e Jovem Pan (ex: Pan-Americana), onde ele iniciou seus trabalhos em 1941.








Para vê-lo, não era preciso perguntar onde ele estava, porque numa daquelas mesas do bar da rádio em meio a copos e garrafas, que ficava no pequeno pátio, lá estava ele, sentado numa delas, tomando sua cerveja.

.......................A casa de Adoniran Barbosa no bairro de cidade Ademar, hoje é uma escola infantil..........................

Adoniran era também meu vizinho na cidade Ademar, casa que, segundo diziam, que foi comprada para ele e colocado em nome da esposa por Paulo Machado de Carvalho, dono das Emissoras Unidas.Adoniran Barbosa, em 1950 já era destaque no cinema e depois no rádio. Primeiro, com suas composições tão bem defendidas pelo conjunto vocal e instrumental Demônios da Garoa, nome que foi dado ao conjunto lá mesmo, na Radio Bandeirantes, quando essa emissora fazia parte das emissoras unidas, antes de ser vendida ao ex governador Adhemar de Barros.













Sua carreira como compositor teve início em 1934, quando compôs, em parceria com J. Aimberê, a marchinha para o carnaval num concurso da prefeitura, com o título de “Dona Boa”, com a qual saiu vencedor. O sucesso da música levou-o a se casar com uma moça de nome Olga, com quem já namorava há algum tempo, mas o casamento durou pouco e dele nasceu a sua única filha, Maria Helena. Em 1949 casa-se pela segunda vez com Matilde de Lutiis, que seria sua companheira por mais de 30 anos, inclusive parceira de composição em músicas como “Pra que chorar?” e “A garoa vem descendo”. No cinema teve participação; Seu primeiro filme foi o “PIF – PAF” e seu maior desempenho foi no filme “O CANGACEIRO”.
Adoniran Barbosa conhece os componentes do conjunto Demônios da Garoa, na época com outro nome (Grupo do Luar), na Rádio Record e com a interferência de Vicente Leporace, pertencente às Unidas, que considerou que o conjunto deveria ter outro nome, quando os rapazes participavam do programa de calouros “A HORA DA BOMBA”, apresentado por Leporace.Como São Paulo era, naquele tempo, denominado a cidade da Garoa, veio à idéia do nome “Demônios da Garoa”, que acabou ficando consagrado. Junto deles, nas emissoras unidas, estava Adoniran, que era contratado da Radio Record; A união do compositor com o conjunto começou a acontecer. Uma das primeiras gravações foi “Saudosa Maloca”, depois “
O samba do Arnesto, foi feito para o amigo Ernesto Paulelli, (foto) que segundo a letra da musica, Adoniram foi visitar e ele não estava e nem deixou um recado na porta. Isso não foi verdade. O fato é que Adoniram fez a musica. Na verdade Ernesto paulelli, hoje com 95 anos, não morava no Bras como dizia a letra da musica, e sim na Mooca, onde mora até hoje na mesma casa que morava em 1955 quando a musica foi feita e gravada pelos Demonios da Garoa. Arnesto ficou sendo sua segunda identidade, e onde vai é chamado pelo nome imortalizado por Adoniram.

A amizade de Ernesto com Adoniram nasceu em 1938, num estudio de radio, Quando ambos trabalhavam nas radios paulistanas. O primeiro bate papo foi no estudio da radio Record, no 13º andar da Rua Conselheiro Crispiniano, no centro da cidade de São Paulo. E logo me chamou de Arnesto. "E disse que meu nome dava samba". E desde 1955, em que a musica foi lançada tenho que justificar que era apenas uma lorota do Adoniran.
Quando sou reconhecido na rua as perguntas são sempre: - Poque você deu um bolo no Adoniran? Não custava nada ter deixado um bilhetinho dizem as pessoas na gozação
Ernesto diz com largo sorriso que "Adoniram, era um fanfarrão". Nunca o convidei para um samba em casa disse Ernesto Paulelli ao reporter Edison Veiga, do Jornal O estado de São Paulo dia 15 de Abril de 2010. Um dia quando Arnesto, digo Ernesto, coboru de Adoniran uma satisfação pela,historia mal contada, a resposta veio na ponta da lingua, com aquela voz rouca que era sua caracteristica: - "Arnesto, se não tivesse mancada não tinha samba. Segura essa para mim!"
A seguir, vieram outras composições, como o “Samba do Bixiga”, feito a seu Amigo Nicola, que não queria ter seu nome vinculado no setor artistico e numa de suas composições Adoniran sugeriu que ele coloca-se no disco seu nome ao contrario, então Nicola virou ALOCIN, coisa de um gênio como era dito por muitos que o conheceram Adoniran.
“Vila Esperança”, foi composto nos anos 1950, porque esse bairro da zona leste da cidade de sãoPaulo era o que tinha o melhpor carnaval de rua daquela época, que se brincava no carnaval com muito respeito.
Ainda nos anos 1950 Adoniram tinha um grande amigo o PETELECO, um cachorro vira lata que ele levava a muitos lugares para passear. Uma historia curiosa envolveu Adoniram e o Peteleco, é que ele passou a dazer dupla com o cão. O compsitor não podia fazer sociedade com autor de outra sociedade arrecadadora, então ela passou a colocar o nome de Peteleco como um dos autores, e depois de sua morte para a partilha de seus bens em inventario sua filha Maria helena teve problemas para provar que peteleco era nada mais nada menos o seu cachorro de estimação.
Adoniran alem de compositor era tambem radialista participava do programa de Osvaldo Moles na radio record, as Malocas. Dotado de muita criatividade e de poder de improvisação absurdos. Adoniran tambem desempenhou papel importante na historia do radio brasileiro, ao criar personagens que cairam nas graças do publico da época. Falando a mesma lingua dos mais pobres, ele deu vida aos hilarios Barbosinha, Mal Educado da Silva e tambem dialogou diretamente com malocas por meio das vozes de Zé Conversa e Charutinho, com seus jargões, Aqui Gerarda, depois que nois vai, depois que nois vorta.



Fez tambem varios filmes no cinema. Participou do celebre filme de Lima Barreto"Os cangaceiros" (1953)fazendo o papel de Homem-Arsenal, e dos filmes de Mazzaropi, A carrocinha (1955).

Outras composições, eram feitas de acordo com o cotidiano de quem conhecia muito bem a cidade que adotou como sendo sua de nascimento. Em Iracema, ela falava da moça que atravessou a Avenida São São sem olher para os lados e foi atropelada. Em “Apaga o fogo Mané” da mulher que saiu para comprar pavio para o lampião e e não mais voltou. Por fim, a que mais fez sucesso depois de “Saudosa Maloca” nos anos 1950, foi o “Trem das Onze” que acabou sendo a musica mais tocada nos bailes do Carnaval do IV Centenario do Rio de Janeiro em 1965.
Suas composições mostravam a cara da cidade de São Paulo, identificando em Adoniran, um verdadeiro andarilho, que foi, pela cidade que ele adotou. Em suas andanças visitava sempre trabalhadores da construção civil, em que a inspiração de em musica. " O enxadão da obra". Na foto uma de suas visitas nas obras da cidade que mais crescia na America Latina.







Adoniran era artista de cinema, e acabou se transformando em artista de TV. No auge da TV Record, na metade dos anos 1960, a presença de Adoniran era sempre bem vista. E, no programa “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina, Adoniram fez dupla com ela, quando de sua participação, o que levou-os a gravar em disco, com oo titulo de "Tiroao Alvaro" com mais outras de suas composições.

Nesse período de fastígio da TV Record, participou do festival Bienal do samba em 1968, com a composição “Mulher Patrão e Cachaça” que, se minha memória não estiver falhando, tirou em terceiro lugar.

Participou, também, de algumas propagandas, mostrando como era gostoso tomar uma boa cerveja gelada, dando bronca: - “Afinal, nóis veio aqui para beber ou para conversar?”


Adoniran Barbosa veio ao mundo na cidade de Valinhos – SP, no dia 6 de Agosto de 1910 e faleceu em 23 de Novembro de 1982, aos 72 anos de idade.





Suas principais composições num total de 102 são: - Malvina, 1951 Saudosa maloca, 1951 / Joga a chave, 1952 /Samba do Arnesto, 1953 As mariposas, 1955 Iracema, Adoniran Barbosa, 1956 Apaga o fogo Mané, 1956 / Bom-dia tristeza, 1958 /Abrigo de vagabundo, 1959 / No morro da Casa Verde, 1959/Prova de carinho, 1960 /Tiro ao Álvaro, 1960 /Luz da light, 1964 /Trem das onze, 1964 /Trem das Onze com Demônios da Garoa, 1964/Aguenta a mão, 1965 /Samba italiano, 1965 /Tocar na banda, 1965 /Pafunça, 1965 /O casamento do Moacir, 1967/Mulher, patrão e cachaça, 1968 /Vila Esperança, 1968 /Despejo na favela, 1969/Fica mais um pouco, amor, 1975 /Acende o candeeiro, 1972.

Quando se fala em Adoniran, é dificil deixar de assossia-lo ao mais antigo conjunto vocal e instrumental. Os Demonios da Garoa.

















































































































































































































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