quinta-feira, junho 10, 2010

Pietro-Lina-O CASAL DAS ARTES




............................................Pietro e Lina - Casados e amante das Artes

O casal Pietro Maria Bardi e Lina Bô Bardi, desembarcaram no aeroporto de Congonhas em São Paulo no ano de 1947. Diferente de outros patricios que vieram como imigrantes e foram trabalhar na lavoura, o casal já era ligado nas artes. Ele foi guindado há cuidar do acervo de artes do Masp, ainda na Rua sete de Abril, e era o homem de confiança de Assis Chateaubriand. Lina arquiteta foi quem desenhou o predio do Masp um dos maiores vãos livres do mundo.

............................Pietro Maria Bardi e a Diana Adormecida, 1986 = Foto de Juvenal Pereira
Um homem das artes
"Sou um aventureiro"Segundo de quatro irmãos, Pietro Maria Bardi nasceu a 21 de fevereiro de 1900 em La Spezia, pequena cidade italiana no Golfo de Gênova. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante acidentada. O próprio Bardi declarou, em inúmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira série do ensino fundamental. Abandonou a escola, desanimado pelo insucesso, e atribuía sua inteligência a um acidente doméstico: após uma queda em que feriu a cabeça, tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescência, hábito que o acompanhou por toda a vida. Ainda rapaz, Bardi trabalha como operário assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, torna-se aprendiz em um escritório de advocacia. Em 1917 é convocado para integrar o exército italiano e parte de La Spezia para não mais retornar.É nessa fase que ele inicia de fato sua carreira jornalística, antes já esboçada em alguns artigos e colaborações a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicação, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo.Instalado em Bérgamo desde a baixa na carreira militar, Bardi encontra trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integra a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros. Escrever foi sua principal atividade profissional até a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polêmico e a crítica baseada no conhecimento profundo e na vivência cotidiana da arte, da política e principalmente da arquitetura. Em 1924, Bardi transfere-se para Milão e casa-se com Gemma Tortarolo, com quem tem duas filhas, Elisa e Fiorella. É em Milão que ele começa uma aventura como marchand e crítico de arte, com a aquisição da Galleria dell'Esame. Em 1929 torna-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e muda-se para a capital.Trazendo uma exposição a Buenos Aires, passa pelo Brasil pela primeira vez em 1933. É nessa ocasião que vê a Avenida Paulista, futuro endereço do MASP. Apos a II Guerra Mundial, Bardi conhece a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalham.
Ele divorcia-se e casa-se com Lina em 1946. No mesmo ano, atiram-se à aventura da vinda para o Brasil, país com a perspectiva de prosperidade e cenário de uma arquitetura talentosa e promissora, situação oposta à da Europa, que amarga a reconstrução nos anos pós-guerra.O casal aluga o porão de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partem de Gênova trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que deverão ser organizadas numa série de mostras. Transportam também a enorme biblioteca do marchand. Chegam ao Rio de Janeiro em 17 de outubro do mesmo ano.Com as obras trazidas da Itália, Bardi organiza a "Exposição de pintura italiana moderna", em cujos salões conhece o empresário Assis Chateaubriand, que o convida para montarem juntos um museu há muito tempo idealizado. De 1947 a 1996 Bardi cria e comanda o Museu de Arte de São Paulo,

.............................Lina na sala da Casa de Vidro, 1952 = Foto de Fernando Albuquerque


Lina: da Itália para o Brasil
"O Brasil é meu país duas vezes!"Achillina Bo nasce em Roma a 5 de dezembro de 1914. Forma-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e, já tendo iniciado sua vida profissional, muda-se para Milão, onde começa a trabalhar no escritório do arquiteto Giò Ponti, diretor da Triennale di Milano e da Revista "Domus".Durante a II Guerra Mundial, já em seu escritório próprio, a escassez de trabalho leva Lina a atuar como ilustradora e colaboradora de jornais e revistas como "Stile", "Tempo", "Grazia", "Vetrina" e "l'Illustrazione Italiana", além de editar a coleção "Quaderni di Domus".No dia 13 de agosto de 1943 um grande bombardeio é lançado sobre Milão e destrói o escritório de Lina. Ela então entra para o Partido Comunista clandestino e o apartamento de sua família torna-se um ponto de encontro de artistas e intelectuais italianos.Com o fim da guerra, Lina viaja pela Itália para fazer uma reportagem sobre as áreas atingidas pelo conflito. Em Roma, funda a revista semanal "A - Cultura della Vita", com Bruno Zevi, e participa do Congresso Nacional pela Reconstrução.Em 1946, Lina casa-se com Pietro Maria Bardi, cujo sobrenome adota. Em seguida, o casal viaja para o Brasil. Em recepções, no Rio de Janeiro, conhecem personalidades como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rocha Miranda, Burle Marx e Assis Chateaubriand de quem Pietro recebe o convite para fundar e dirigir um museu de arte no país. Um projeto arquitetônico de Lina abrigará meses mais tarde o MASP, o museu mais importante da América Latina. A arquiteta naturaliza-se brasileira em 1951, oficializando a paixão pelo país que a acolhera anos antes. A esse respeito, declara: "Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi esse lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vezes, é minha 'Pátria de Escolha', e eu me sinto cidadã de todas as cidades".
Também em 1951 foi concluída a construção da Casa de Vidro. Erguida em um terreno de 7000 metros quadrados, foi a primeira residência do bairro do Morumbi e, aos poucos, foi sendo cercada por mata brasileira. Hoje é uma reserva tombada com espécies vegetais raras, uma amostra do que foi a antiga mata atlântica brasileira. Até a década de 90, Lina manteve intensa atividade em todas as áreas da cultura, tendo participado de inúmeros projetos em teatro, arquitetura, cinema e artes plásticas no Brasil e no exterior. Além de seu trabalho como arquiteta, merece destaque sua talentosa atuação como designer de móveis, objetos e jóias, artista plástica, cenógrafa, curadora e organizadora de diversas exposições e seu olhar sempre sensível à arte popular brasileira.
Lina morre na Casa de Vidro em dia 20 de março de 1992, realizando o sonho declarado muitas vezes de trabalhar até o fim: deixa em andamento os majestosos projetos para a Nova Sede da Prefeitura de São Paulo e para o Centro de Convivência Vera Cruz.
Lina Bo Bardi, no Musée de l'Orangerie. Ao fundo, Pietro Maria Bardi ajuda a instalar um dos quadros; Paris, 1953.
.........................................Ateliê de Lina Bo Bardi e sede provisória do Instituto, 2002


................................................... Lina e mais uma das suas: A mesa retratil.

.......A famosa casa de vidro de Lina Bô Bardi, uma das grandes atrações do bairro do Morumbi.




......................................................Ela e sua maquina de passa roupa


...........................................................................Lina Bô Bardi
........................A sua grande obra o Masp (museu de Arte de São Paulo)
..............................................................O famoso vão livre do Masp













































































































































































































































































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