quinta-feira, novembro 25, 2010

Nossos Cachorros.

Cachorros de outros tempos.

Este que está comigo na foto, era o Nero, um cão que ficou por muito tempo conosco como se fosse um ser humano, se bem que um dia um ministro do Collor, disse que cachorro tambem era um ser humano, e podia passear de carro, E porque não um carro oficial, com gasolina pago pelo governo.


Nos anos 1950-60 os cachorros viviam da mesma maneira que ser humano brincava na rua ou então nos quintais, que era necessário para se ter eles em casa. Quem morava na Mooca ou Brás tinha certa dificuldade para criar cachorros pela falta de quintal, pois a porta das casas naqueles bairros era já a beira da rua. Naquele tempo não existiam cachorros pequenos cheios dos trelê - leles. Quando muito tinha alguém com um cachorrinho pequenez. Os nomes dos cachorros eram normalmente estrangeirados, Nero, Duke, Rex e Bob. Fora os, vira latas tinha pessoas que tinham cachorros pastor Alemão, mas a maioria desses animais era da Guarda Civil e eram ensinados geralmente usados em aglomerações como as que tinham em campos de futebol e para farejar lugares a procura de algo.
O primeiro cachorro que tivemos foi o Bob, um branquinho que apareceu em casa e nem mesmo, sendo enxotado com estupidez pelo meu pai, ele foi embora, ficou em casa até morrer de velhice, já com falta de dentes. Mas na flor da idade era um cachorro irrequieto e totalmente “indisciplinado”, pois não respeitava nem os homens da carrocinha, dando um verdadeiro baile nos laçadores que não conseguiam seus intentos. Como corria aquele bichinho. Os laçadores ficaram com uma tremenda raiva por que não só nos, os donos, mas todas as outras pessoas davam risadas, pelo baile que eles tomavam. No fim acabava eles indo embora sem levar o cachorro. Ainda bem por que se ele fosse para a carrocinha meu pai jamais iria buscá-lo.
Depois do Bob veio o Rex, nem me lembro como ele apareceu La em casa, só sei que era bem diferente do Bob, digamos um tremendo Lok, era meio abobalhado, grandalhão e pesado que não tinha a mesma mobilidade do seu amiguinho de casa.
Bob tinha uma mania de correr atrás das bicicletas e carros, ia latindo que nem um idiota, até se cansar, ele vinha na corrida e se aproximando do carro dava uma brecada para depois ficar latindo ou nos pés de quem pedalava a bicicleta ou então próximo aos pneus dos carros. Já o Rex quis imitá-lo, mas na hora de brecar passou direto indo debaixo do chassis do carro rolando, mas não sofrendo nada de grave. Serviu de lição, por que nunca mais se meteu à besta.
A maior parte dos cachorros, da cidade de São Paulo era, vira latas e, criados com muito amor. Eles comiam a mesma comida que seus donos comiam. Minha mãe, por exemplo, dava uma melhorada na comida dos nossos cachorros ela, toda semana ia à feira e comprava dois quilos de bofe, um tipo de carne que não era usada para alimentação de seres humanos, passava na maquina de moer carne, cozinhava e misturava ao arroz. Os cães comiam com muito agrado. Mesmo com o inverno bravo daqueles tempos nunca vi cachorro com capa de tecido ou plástico para se livrar do frio. Eram cachorros machos sem frescura nenhuma. Tambem não existia Pet Shop, e quando muito um ou outro veterinário, era difícil ver cachorros doentes naqueles tempos, quando muito aparecia um cachorro louco e quando isso acontecia ele era sacrificado para não morder as pessoas, principalmente crianças. Lembro-me que desde o inicio dos anos 1950 já tinha o hospital de Cães e Gatos na Avenida Santo Amaro, de quem ia em direção ao bairro do mesmo nome. Hospital, que até bem pouco tempo ainda estava no mesmo lugar. Creio que ainda deve estar.



Nero, foi um cachorro que não seu o minimo trabalho. Era uma "anjo " de cão bom, docil, obediente, quando todos saiam ele ficava perto do portão até o ultimo da familia chegar.



Sua convivencia com o gato era normal, não comia as preças como um guloso, dividia uma parte com o gato. Parecia até que eram irmãos.





Viveu até quando deu. Estava velho veio pequeno (foto) para nossa casa e ficou por perto de 15 anos. Um dia ele deu sinal que sua vida estava por um fio. Estirado ao chão ele olhava para minha mãe e minha irmã, que estavam chorando. Quando cheguei vi aquela cena triste, comecei alisando seu pescoço e ele olhava como se estivesse sorrindo. Minha mãe disse acho que ele está esperando o José chegar para morrer. E lá pelas 11 horas da noite quando meu irmão chegou, ele arreganhou os dentes como se estivesse sorrindo e logo em seguida fechou os olhos para sempre.



Tive muitos amigos, porem os mais sinceros foram os cachorros.

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